Juno (2007)

Eu poderia começar essa postagem falando sobre a ideia de criar esse blog, o que seria muito clichê e enfadonho, porém as apresentações são necessárias - risos. A ideia do blog é bem simples, na verdade, meu intuito é poder compartilhar com vocês as coisas que eu gosto e curto, desde músicas, livros, filmes, séries, hq's, mangás, enfim.... sobre diversos assuntos... Espero que vocês venham a gostar da minha companhia e vamos que vamos... Hoje resolvi estrear falando sobre um filme que quase todo mundo já viu e se você ainda não viu, tá esperando o que pra começar a ver? - risos. [Pode conter spoiler]


Título Original: Juno
Direção: Jaison Reitman
Roteiro: Diablo Cody
País de Origem: EUA
Gênero: Comédia Dramática
Duração: 96 min
Ano de Lançamento: 2007

Sendo bem sucinta, o filme conta a história de Juno (Ellen Page), que diferente da maioria das garotas do colégio onde estuda, é uma adolescente com personalidade forte e que vive a vida como quer. Entretanto, apesar de ter uma personalidade forte, nem todas as decisões conseguem ser tão acertadas. Numa tarde entediante, Juno decide que quer transar com Bleeker (Michael Cera), seu amigo tímido, por quem nutre sentimentos. Como Bleeker é lento para perceber as coisas, Juno toma todas as decisões, inclusive depois de descobrir que está grávida, ela decide, juntamente com sua melhor amiga, Leah (Olivia Thirlby), bolar um plano para encontrar os pais perfeitos para o futuro bebê.


O roteiro original de Diablo Cody rendeu ao filme o Oscar de Melhor Roteiro Original, em 2008. Nem todo filme independente consegue tratar de temas complexos e delicados sabendo dosar humor e sarcasmo, mas Juno consegue fazer isso muito bem. O interessante do filme é justamente tratar de temas polêmicos, como: gravidez na adolescência, aborto, adoção, entretanto, de uma forma "bem" natural. Vale salientar que apesar do humor e do sarcasmo, Juno não é um filme debochado, muito pelo contrário, é bem instigante acompanhar a jornada e os percalços que a Juno enfrenta durante os nove meses da gestação.


Poderia ser um spoiler gritante, mas calma, gente, apesar de Juno cogitar ir a uma clínica de aborto e ela vai, o foco do filme é justamente discutir o fato de uma menina de 16 anos gestar uma criança para depois entregá-la para adoção. Confesso que chorei horrores nos momentos mais decisivos do filme. Vamos percebendo ao longo do filme que Juno é uma personagem de atitude. É ela quem decide que quer ter sua primeira vez e escolhe exatamente Bleeker para ser o seu parceiro, numa inversão de papéis em que Bleeker é pego de surpresa. É a Juno que escolhe ter sua primeira vez com ele enquanto ele está numa posição de objeto de desejo e não de sujeito que deseja. A gravidez de Juno não aparece como um tipo de punição divina, mas como uma forma de mostrar que independente de ser sua primeira vez, é possível sim engravidar. Uma coisa que é excelente no filme é justamente não ter um discurso moralista, muito menos trazer uma visão predeterminada induzindo o espectador a ter um julgamento X ou Y da personagem.


Outro ponto que vale mencionar no filme é o casal Vanessa (Jennifer Garner) e Mark (Jason Bateman), o casal interessado em adotar o bebê de Juno. No início, eles formam um casal super normal, mas aos poucos vamos percebendo que toda a fantasia se desmancha. E tudo isso nos é apresentado através do olhar de Juno. A convivência dela com o casal vai evidenciando aqui e ali a insegurança de Mark e, de certa forma, a obsessão de Vanessa por manter tudo em ordem. A relação fica estremecida e inicia-se aí um dos momentos mais tensos e mais bonitos do filme.


Ah, outra coisa também que não posso esquecer de comentar é sobre a família de Juno e sobre a sua amiga Leah. Eles são personagens bem caricatos, mas ao mesmo tempo dão o tom da narrativa, porque são eles que quebram os momentos mais tensos do filme. Juno mora com o pai, a madrasta e a irmã mais nova. A relação deles é bastante normal, apesar da reviravolta com a descoberta da gravidez, a família tenta encontrar uma maneira de lidar com tudo isso juntos. Já Leah é o tipo de amiga que está ao seu lado pro que der e vier. Ver uma amizade assim é muito importante! Ah, outra coisa também, o personagem Bleeker. O cara parece o típico filhinho da mamãe e ele é bem ausente durante o período da gestação de Juno. Enquanto ela lida com todas as transformações advindas da gravidez, ele mal se aproxima dela ou tenta interagir, mostrando uma certa fragilidade e passividade desse personagem.


Juno não é apenas um filme sobre gravidez na adolescência, é um filme de tomar decisões e de encarar as dificuldades sem medo das consequências. É um filme que fala sobre descobertas pessoais, como no caso do  personagem Mark, que não estava preparado para abrir mão dos seus sonhos de formar uma banda de rock, mesmo depois dos 30 anos. Mas não é só de temas polêmicos de que Juno é feito, para quem curte humor inteligente e ironias muito bem elaboradas não pode perder a chance de prestar atenção na fala dos personagens. Ah, e para quem curte folk... Juno tem folks muito fofos para atender a todos os ouvidos. No mais, recomendo veementemente que vocês assistam ao filme e não deixem de comentar aqui o que vocês acharam. Até a próxima. Beijos.

Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

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